sábado, 5 de maio de 2012

Sob a visão Dele... Por Hipérion


   Ela é sensacional, simpática, alegre e muito inteligente predicados que toda mulher deve ter, casada porem com problemas conjugais e uma relação um pouco conturbada naquele momento, por coincidências ou não, surgiu em sua vida uma pessoa que naquele momento veio completar aquilo que ela sentia falta, o diálogo, algumas semanas de conversas e troca de impressões, foi surgindo uma vontade de se encontrar, por só estar junto na grande rede não preenchia o vazio que existia entre eles.
   Após o primeiro encontro as impressões foram as melhores possíveis, um amor de verdade surgiu entre eles com uma força até agora inexplicável, coisa de cinema. Os gostos semelhantes, a maneira de pensar igual, o mesmo padrão de música, etc...
   O tempo foi passando e isso ia só aumentando, um acordo foi feito, seria uma vida paralela e esta vida não seria empecilho para o casamento de ambos.
Ele sempre atento a ela, dividindo opiniões, provando de sabores, e muito carinho, na cama era uma loucura, tudo acontecia, ele romântico e ela descobrindo fantasias e formas de amar até então desconhecidas para ela.
Porem ele tinha algo de misterioso e ela não conseguia entender o que era, vez por outra ele falava de assuntos que ela desconhecia e contava estórias de pessoas que ele conhecia ou ouvira falar, esses assuntos eram picantes e estranhos para ela, nunca tinha ouvido falar sobre eles e até achava que eram lendas e como ela tinha vários tabus devido a sua criação, por inúmeras vezes disse que jamais faria aquilo ou coisa semelhante, porem seu par logo entrava com outro assunto, fazendo sua cabeça parar de pensar momentaneamente no que tinha dito, só que já a conhecia o suficiente para saber que eram sementinhas plantadas ao logo da estrada do coração e que um dia essas sementes poderiam florescer e daquela mulher brotar outra, se misturando e mudando a conduta.
Assim ele fez, como ele era dinâmico e suas palavras bem colocadas, aliado a inteligência dela e sua curiosidade, ela começa a pesquisar os assuntos ditos por ele e começa descobrir um universo paralelo, algo inusitado, porem que mexia dentro dela, aumentando sua temperatura e fazendo seu corpo tremer e um tesão crescendo e ficando incontrolável, via fotografias, lia textos e não sabia em que ela se encaixava, por si voltava a seu amor, tentando entender aquelas coisas e dele procurando explicações sobre aquilo, se ele já havia praticado, como aquelas pessoas podiam proceder daquela forma e o que aquilo proporcionava.
   Ele muito paciente, já havia se passado muito tempo com ela, eram confiantes um no outro e principalmente apaixonados, quando ele disse que a faria experimentar e começariam naquele momento, porem ela teria que ter a certeza que queria e um acordo foi firmado, tudo que for feito será de comum acordo e a qualquer momento pode por vontade de um dos dois parar de imediato, basta um sentir que não esta sendo legal para o outro ou se acontecer algo que ponha em perigo o parceiro.   Depois da conversa ele começa a colocar seu plano em prática finalmente, afinal ele vinha preparando ela há muito tempo.
   Ela não tinha nenhuma noção do que ele pretendia, porem ele sabia que sua namorada era uma mulher que estava apta e pronta para ser uma submissa e que aquele tempo gasto com aqueles assuntos nada mais era do que o início de seu adestramento.   Ela estava sendo adestrada há muito tempo e não tinha conhecimento disto.
   No mesmo dia durante o ato sexual, ele em seu ouvido, começa a falar em voz baixa elogios de sua performance sexual, diz quanto ela é gostosa, que é uma mulher especial, que é linda, palavras agradáveis de se ouvir quando o macho está dentro, provocando ondas de prazer, porem ele começa no meio de suas palavras quentes, embutir palavras que ela jamais tinha ouvido de um homem em sua vida durante o ato, ela foi chamada de puta, e logo em seguida de linda, foi chamada de vadia e depois de fêmea, vagabunda e depois amor, essas palavras ditas no ouvido de ela ao mesmo tempo em que o macho entrava e saia de seu sexo a deixavam louca, ela levou aquilo como um complemento e não ao pé da letra, naquele dia ela teve inúmeros orgasmos, foram incontáveis e se sentiu maravilhada, afinal nunca tinha sido assim e achou diferente e maravilhoso.
No  outro encontro o namoro estava quente, o sexo delicioso, ela goza e ele não, então ele sai de dentro dela, traz ela para junto e dá um abraço, diz que a ama e que ela é uma cadela deliciosa.   Ela estanca, qual homem chamaria a mulher que ama de cadela?   Ela retruca e diz não entender, quando ele com muito carinho diz que isso é a ponta de um iceberg, apenas uma ponta, que dentro dela existia uma cadela e ela nunca tinha dado conta e começa a rir, ela esta intrigada, sem entender, então ele pede confiança e pede também que deixe o barco correr e que tudo aquilo é uma peça de teatro para apimentar o sexo, que ela deixe fluir, apenas deixe fluir e depois diga se gostou ou não, que tenha confiança e se solte para as brincadeiras.
Ele a possui novamente, com força, prende seus corpo em uma posição que ela fica sem os movimentos, a mercê dele, apenas usando o corpo de macho, maior e mais forte para prender a fêmea, e com os movimentos reduzidos pelo corpo dele por cima, em um momento de quase êxtase, ele começa a falar novamente aquelas palavras, da um tapa em seu rosto e espera a reação dela, sua face fica rubra, porem ela não para de mexer  e de demonstrar mais tesão ainda, outro tapa agora mais forte e as palavras saem com mais força e intensidade, outro tapa e um gozo louco da fêmea, gemidos altos, quase gritos, ela enlouquece e diz que é aquilo que ela quer, que o ama e seu sexo aperta o dele, mais um gozo seguido de outro tapa, ela pede para que ele continue e não pare de mexer, de enfiar nela, outro tapa agora mais forte ela esta alucinada, louca, agora aflita, chora e pede para não parar, os gozos vêm um atrás do outro, então ela vira seu rosto como se oferecesse para mais tapas e sua cabeça cai ao lado como se precisasse descansar, neste momento ele goza dentro dela,  seu leite jorrando dentro de sua vagina a faz ter mais um orgasmo intenso, agora os dois ficam lado a lado, abraçados e ela um pouco envergonhada pergunta o que houve, e porque ele fez aquilo com ela.   Ele diz que aquilo é só uma brincadeira e que sabia que não a machucaria ou deixaria seu rosto marcado, ela esta sem saber o que houve e com vergonha diz nunca ter sentido aquilo antes, porem tinha sido muito gostoso.
   Ele sorri para ela e diz que muitas brincadeiras estavam por vir, entra no assunto e diz que entre eles tudo e válido, que só não poderia faltar o respeito à criatura humana e que tudo deveria ser conversado antes de ser feito.
   Ela esta enlouquecida, quem é aquele homem que está com ela?   Como uma pessoa pode extrair dela tesão através de dor?   Como isso pode acontecer?   Como ele fez aquilo?
   A hora de ir chega e ela vai para casa cheia de dúvidas, extasiada, porem com sua cabeça lotada de interrogações, então parte para a pesquisa, começa a ler mais sobre o assunto e descobrir que aquele universo traz para ela muitas coisas que jamais pensou existir e uma vontade enorme de experimentar aquilo que via nas fotos, e nos textos.
Nos encontros que sucederam cada um tinha algo de inusitado para ela, conheceu o sexo com privação dos sentidos, um de cada vez, vendada, amarrada, com sua boca impedida de falar, cheiros diferente, como canela, cravo e um perfume que ele usava, agora em toda ocasião e dentro do possível ela recebia tapas no rosto, nádegas e pernas.
   Ele inventava brincadeiras novas e diferentes a cada encontro, foi dando a ela brinquedos, para que usasse em casa, ensinou a ela como se masturbar de diversas formas e posições, anteriormente não tinha o hábito do prazer solitário.
   Depois vieram as cordas e fitas, o chicote a palmatória, as velas, o gelo, prendedores de seios e tarefas a serem cumpridas, ela aprendeu a baixar a cabeça, nunca desobedecer, perguntar se podia ou não tomar certas atitudes, aprendeu a beijar seus pés, pedir para ser possuída, aprendeu a não contestar uma ordem e entregar seu corpo a seu dono com toda a confiança.
Hoje ela é uma verdadeira submissa, completa, amante e amável, pronta, inteligente, sabe muito sobre o SM, porem em nenhum minuto deixou de ser a mulher forte que ele conheceu no início, altiva e atenta, abaixa a cabeça para seu Dono, porem continua sendo a eterna namorada e com isso o amor dos dois só se fortaleceu, agora são dois em um e se amam com muita força.


Escrito por Hipérion (Dono de Dorei)

6 comentários:

Senhor Morpheus disse...

Morpheus aqui.
Milla chamou-me a atenção para esse post, e pediu-me que lesse com atenção.
Estou muito satisfeito e agradavelmente surpreso, devo dizer, em observar que mais casais BDSM visualizam sua relação como uma história de amor. Às vezes, tenho a sensação de que o amor é proibido no BDSM...
Venho, por meio desse comentário, apresentar meu completo apoio a esse casal (porque é isso que são, antes e mais do que Dono e submissa) que descobriu, completamente sozinho, que sua relação poderia e deveria ser uma relação BDSM, e que isso em nada atrapalharia a relação de amor que ambos tinham e têm, e que começou antes de que qualquer ideia BDSM se instalasse.
Desconheço a vida de Hipérion. Não sei se ele já teria tomado parte de uma relação assim, desconheço se leu a respeito do BDSM, se estudou os manuais de regras.
Sei que ele, de todo modo, abordou Dorei como mulher, antes de mais nada, e eles se amaram. Não quis impor a ela um sistema que ela desconhecia. Antes ajudou-a a descobrir o que ela era realmente.
Hipérion apresentou a Dorei a pessoa que ela de fato era, e que talvez jamais descobrisse sozinha.
Quero crer, porém, que, não tivesse ela o verdadeiro espírito de uma submissa, isso não o impediria de amá-la, e de ser amado por ela.
Amor, amigos e caríssimos leitores. É disso que se trata.
Uma cadela pode ser amada. Uma mulher pode ser chamada de cadela, e mesmo descobrir-se uma, sem que o amor que causa e que merece seja afetado.
Um Dono não precisa ser Dono para amar. Ele precisa ser um homem.
E é isso que o faz ser amado.
Quem ama um Dono pode não ter entendido a ideia geral da coisa.
Quem quer usar uma cadela, apenas, talvez não tenha nascido para ser Dono.
Há saúde, amigos, e há doença. Eu sei de que lado estou, e em que lado está Milla. Assim como sei de que lado Hipérion e Dorei estão.
Parabéns aos dois.
Morpheus falou.

princess kitty disse...

Olá!

Adorei a narrativa, a forma como desenvolveu contando como se conheceram até chegar ao ponto em que desejava. Fascinante a maneira como foi envolvendo-a e dominando-a e ela também se deixando dominar e se entregando a esse amor diferente.

Muito bom conhecer a história pelas suas palavras Hipérion, já conheço a Dorei, e sei da mulher forte, determinada e submissa que ela é, gostei muito de conhecer um pouco mais do homem que a trouxe para esse mundo e a guiou na direção certa, do prazer, do fetiche e do amor.

Desejo MUITAS felicidades, ambos tem meu carinho, respeito e admiração!

Miaubeijos com muito carinho aos dois =^.^=

Sophysticada disse...

Sr. Hipérion,

Q história linda...
Essa é a diferença de um SENHOR e de um aventureiro. O mundo SM verdadeiro é uma crescente. A submissa é o q o DONO tem paciência e domínio para faze-la ser.
Explorar os sentidos e os desejos dependem de confiança respeito e Amor.
Não acredito em SM sem amor, e já riram muito de mim por pensar assim. Jamais me curvaria ao um Sr q não respeita-se e amasse..
Lendo esse relato tão intenso tenho certeza q estou no caminho certo.

Meu respeito,
Meu carinho a Doce Dorei

Dorei disse...

Agradeço o carinho de quem comentou!

Ando meio fora de sintonia com o tempo, tinha me esquecido de escrever algo e quando vi o lembrete da Gatinha Kitty já não daria mais tempo para eu postar; então peguei um dos muitos textos que meu Dono escreve para mim, tirei o meu nome e substitui pela para 'ela' e postei. Não apenas por postar, mas por que acho mesmo relevante um texto de um Dominador expressando o lado humano, o amor dentro do BDSM. Como a Kitty disse no Grupo, 'isto é raríssimo'. É quase como se fosse um tabu num meio onde tabu não deveria existir, como se amar uma submissa fosse uma fraqueza e não é.

Desejo uma excelente semana a todos!

ariska disse...

É muito bom saber, que existem Dominadores assim.. Apaixonados.. As vezes, tenho a impressão da frieza, que não é concebida a um ser humano, que busca o prazer e o prazer do outro.. Essa narrativa, nesse momento, me dá um impulso novo.. uma alavancada, para me manter no meio e não desistir de uma busca, do que eu ja começava a pensar não existir.. Agradeço ao Sr Hipérion e a Dorei, por este maravilhoso post.. :P

Parabéns aos dois, por essa RELAÇÃO completa e dignificante.. :P

bjks

Ayeska disse...

Hoje mesmo, comentei com Mamys Sophys que estou em débito...
Tenho duas leituras obrigatórias para fazer e uma delas acabei de ler...

Senhor Hipérion...

Com todo respeito, sempre tiro o chapéu para a querida Dorei...e após lê-lo, tiro o chapéu para o Senhor!

Em nosso "Mundinho Baunilha" o BDSM, é visto, as vezes de forma crítica, eu particularmente, mudo o meu modo de pensar a cada leitura que faço dessas Mulheres Maravilhosas:Dorei, Princess Kitty e Marquesa Nanda.

Confesso, que ler sob a ótica masculina, me arrebatou...
Ver um " Dono" demonstrar sentimentos , carinho, paixão pela sua Sub e descrevê-lo da forma que o descreveu, iniciá-la da forma que iniciou é indescritível!!!

Parabéns ao Senhor e a minha querida Dorei!!!

bjs doces!!!


Ayesk@